O surgimento da sexualidade infantil na visão psicanalitica freudiana
Sandra Maria Lopes – IMES São Manuel
1 - INTRODUÇÃO
Para Freud a sexualidade se inicia com a anatomia ( no nascimento), sua conquista depende de um longo percurso durante a construção da subjetividade. Ao indicar o pluralismo dos componentes da sexualidade infantil, se distanciou da moral repressora da sua época. Que só aceitava uma sexualidade baseada no instinto, a qual surgiria a partir da puberdade e teria como finalidade a reprodução. (Lazzarini; Viana, 2006)
Ao diferenciar do modelo genital das relações sexual dos adultos, Freud caracterizou a sexualidade infantil de polimorfa, isto é formas de prazer derivadas de qualquer área ou órgão do corpo. Quanto à questão da polimórfica, diz Freud: “a qualidade do estímulo tem mais a ver com a da sensação de prazer do que a natureza da parte do corpo em questão", e acrescenta:
Uma criança que está entretida com o sugar sensual procura no corpo e escolhe alguma parte dele para sugar - uma parte que é posteriormente preferida por ela por força de hábito; se ela por acaso tocar numa das regiões predestinadas (tais como os mamilos ou os órgãos genitais) esta sem dúvida retém a preferência. (Freud apud Lazzarini; Viana, 2006)
Conceituou de pulsão como algo fundamental que ancora o psiquismo no corpo, ou seja, os registros psíquicos não seria apenas algo de ordem da idealidade, mas movido pelas pulsões. Freud transformou a concepção dualista vigente em sua época, sobre as relações entre corpo e psiquismo, indicando que a pulsão seria o lugar onde se daria o encontro. Como sintetiza Bastos (1998):
O corpo sexual é o corpo infantil seduzido e apossado pela pulsão. Ele não surge com a puberdade. É produto da sexualidade infantil. A sexualidade infantil nasce apoiando-se nas funções vitais promotoras de excitações corporais indistintas na sua origem que, no divórcio entre a necessidade e o desejo, configuram, de um lado, o corpo das