O Surgimento da Antropologia

O Surgimento da Antropologia O conceito de antropologia diverge de antropólogo para antropólogo. Claude Lévi-Strauss na obra “Antropologia Estrutural” universaliza o conceito dizendo que existem três níveis, seriam esses primeiramente a etnografia, etnologia e finalmente a antropologia, que seria “uma segunda e última etapa da síntese, tomando por base as conclusões da etnografia e da etnologia”. Já Rafael José dos Santos no livro “Antropologia Para Quem Não Vai Ser Antropólogo” afirma que definir é contra o espírito antropológico atual, porém, para fins didáticos diz que a antropologia inicialmente é “um conjunto de teorias (nem sempre concordantes) e diferentes métodos e técnicas que buscam explicar, compreender e interpretar as mais diversas práticas dos homens e mulheres em sociedade”. Porém, para se ter todo o acervo que temos hoje, séculos de histórias, transformações e diferentes correntes filosóficas e antropológicas surgiram e ainda surgem.
Século XVI e XVII A antropologia aqui ainda não é uma ciência reconhecida. Entretanto, a Era dos Descobrimentos teve um importante papel na história da antropologia, pois os viajantes, comerciantes, cronistas e missionários que relatavam suas experiências na América, Ásia e África criaram um bom acervo sobre os hábitos e costumes dos povos “bárbaros”. Ainda que, durante o Renascimento, os relatos não tivessem o objetivo de estudo das diferenças culturais, foi inevitável aos viajantes da época caracterizar os povos. No Brasil, tivemos o padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597), o filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1597), e o pastor Jean de Léry (1536-1613) que escreveram algumas vezes até estupefatos, sobre os costumes dos Tupinambás. Durante essa época, a visão que a sociedade europeia tinha era de temor quanto aos povos até então desconhecidos. Selvagens, comedores de carne humana, bárbaros. Apenas no século seguinte, com Rousseau, o povo indígena passa a ser