O Sul: caminho do roçado. Estratégias de reprodução camponesa e transformação social.
Cap. 1- Senhores e moradores: a dependência personalizada
Aspectos sociais e históricos da cidade de Areia:
Situada em terras favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar;
Desde o século XIX a cidade se constituía como um centro: comercial, político, administrativo e religioso.
A cidade era o centro da vida social, mas apenas os grandes comerciantes, proprietários de casas comerciais, funcionários administrativos, religiosos, profissionais liberais residiam nela.
As famílias mais ricas dos grandes proprietários possuíam casas na cidade, mas a maior parte do tempo viviam nos engenhos (Brejo) ou nas fazendas (Agreste).
Senhores e moradores
As famílias dos grandes proprietários residiam e viviam do rendimento produzido no engenho, mas não participavam diretamente da fabricação do açúcar e das atividades agrícolas.
O senhor de engenho tomava as decisões e dava ordens aos trabalhadores e eram submetidos a seu senhor numa relação de dependência (p. 38)
Com a Abolição da Escravatura o trabalho passou a ser exercido por moradores E o que era um morador?
“Ser morador ou tornar-se morador significava se ligar ao senhor do domínio de uma maneira muito específica, numa relação que supunha residência e trabalho simultaneamente” (p. 38).
Quem dava morada tinha o poder de submeter os moradores a laços de dependência, rede que assegurava um poder social tanto maior quanto mais elevado fosse o número de indivíduos que era composta. (p. 39).
Os senhores acumulavam uma força material (pelo número de braços para trabalhar); e simbólica (pelo número dos que o reconheciam como senhores).
A entrada no engenho era marcada: por uma casa construída destinada à família; o morador possuía um espaço em volta da casa e um terreno onde as mulheres criavam alguns animais.
O trabalho, a