o sonho tcheco
Sebastião, em seu artigo O Sonho Tcheco, colocou muito bem sobre a influência histórica da mídia no processo de não só formação, mas também manipulação das massas. Isso no campo da política, da guerra ou na esfera do consumismo. Porém, ele só comentou isso. E o filme apresenta algo mais além da influência permissiva, o poder de propaganda nas pessoas e o consumismo alienado.
Por se tratar de um país até pouco tempo comunista, fechado ao mundo, pouco se sabe sobre a população tcheca. E através das entrevistas com os cidadãos que se observa a sua realidade: um povo na maior parte, descontente e descrente de seus governantes, ansiosos por uma vida sem políticos. E na sua maioria, admitem ser de fácil manipulação, sendo levados por marés sem questionar muito os fatos, agindo por mera curiosidade e impulsos materialistas.
Após serem decepcionados com a grande “inauguração” de um grande banner, onde tinham depositado expectativas de realizar desejos, ao serem questionados sobre o que acharam do ocorrido, a grande maioria correlacionou a “brincadeira” de mal gosto aos seus representantes políticos.Isso é interessante, parece mais que os políticos dali são usados apenas como bodes expiatórios, sendo os responsáveis por qualquer desilusão da sociedade.
A idéia fez com a população refletisse no motivo de terem caído nessa ilusão e muitos perceberam que estavam sendo movidos apenas pelo anseio, desejo de consumo e, talvez, alguns repensaram sobre essa forma de agir e o que ela implica.
Outro detalhe importante é que a estória ocorreu perto do referendo sobre a incorporação do país na União Européia. Com isto, os autores conseguiram suscitar nas pessoas questões sobre o real significado e interesse das campanhas existentes sobre essa decisão política e econômica.
Autor: Kariel Alexander Coêlho de Araújo, 10° Semestre de Engenharia