O Som No Cinema
Transcrição da palestra do consultor da Dolby, Carlos Klachquin, realizada no seminário ABC - A Imagem Sonora
Por Carlos Klachquin
SEMINÁRIO ABC A IMAGEM SONORA EM SÃO PAULO
REALIZADO NA CINEMATECA BRASILEIRA EM 09/11/2002
TRANSCRIÇÃO DA PALESTRA DO CONSULTOR DA DOLBY
PARA A AMÉRICA LATINA CARLOS KLACHQUIN
OS PRIMÓRDIOS
Vamos fazer uma viagem que se inicia no século XIX e termina hoje, com os desafios da atualidade.
Já por volta de 1880 era possível encontrar vários sistemas que permitiam visualizar imagens em movimento. Normalmente eram dispositivos individuais, e até "lanternas mágicas" com algum grau de movimento. Mas eram só imagens. A gravação, reprodução, ou a simples transmissão do som estavam engatinhando nos laboratórios Bell e na oficina de Edison.
Havia máquinas de visão individuais com imagens em movimento, como as de Edison, tipo caça-níqueis, pois ele não queria saber de democráticas telas grandes ?que matariam a galinha dos ovos de ouro?.
Mas para poder estabelecer uma base de partida, vamos chamar de Cinema a uma imagem em movimento que é projetada numa tela, numa sala escura e onde você paga um ingresso. Em 1895 deu-se a primeira experiência desse tipo, no famoso porão do Boulevard dos Capuchines, em Paris (hoje, parte do Café de la Paix, mas não há sequer uma placa que indique que ali foi realizada a 1ª projeção de cinema da história!) graças a um empreendimento dos irmãos Lumière.
Vale a pena lembrar que bem antes da introdução do som, o cinema já havia deixado de ser um espetáculo de circo para ter um valor próprio. Começava a ser considerado uma indústria e uma arte. Os primeiros filmes eram simples tomadas de poucos segundos, tipo "Saída dos operários de fábrica", "A chegada do trem", etc.
Mas alguns gênios criativos aparecem, percebendo que logo o público cansaria de assistir atração instantânea e primária das simples tomadas, por exemplo, George Meliés, que decidem experimentar e contar uma história.
A partir