O sol e a sombra - laura de mello e souza
Nos trabalhos recentes, faltam uma atenção maior ao sentido da administração. Ressalta a influência ainda em voga dos Annales, apontando que “a história é filha do seu tempo”. O que pode se tornar chavão para explicar a inexistência de trabalhos na área.
Encomiástico: encômio, de louvor, elogio.
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Autores estrangeiros que apresentaram o tema, como Boxer, Schwartz, Danil Alden e Russell-Wood, apontam como motivo pelo desinteresse do tema a jovialidade da nação e mais ainda, da República.
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“Administração, portanto, só podia ser entendida à luz da política: separar uma da outra condenava o observador à apreensão mecânica e funcionalista do fenômeno, impondo a perda do seu sentido dialético”. Duas formas de abordar o assunto: 1º como Raymundo Faoro em os donos do poder e Caio Prado Júnior em Formação do Brasil Contemporâneo. A Revolução Francesa produz um estamento burocrático: reprodução a ordem dominante sem alterar-lhe a essência.
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“Segundo a interpretação de Faoro, o sistema administrativo português foi transposto com sucesso para suas colônias graças a um Estado que cedo se centralizou e soube, com maestria, cooptar as elites, inclusive as locais, como os ‘bandeirantes’ paulistas”.
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Faoro ressaltou o papel do Estado porque desejava relativizar a poderosa interpretação de Gilberto Freire em Casa Grande e Senzala. Para G. F. a família marcava a colonização desde o início. Idéia perigosa: o estado atendeu às necessidades da sociedade, “a organização administrativa precedia ao afluxo das populações”. Fonte: além de Max Weber e Oliveira Viana.
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“Se o autor apela para a onipresença e o peso excesso do Estado, fornece, a cada momento, evidenciando os processos que inviabilizam sua tese, indicando os processos de centrifugação presentes na sociedade”.
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Faoro bebeu no pensamento liberal português do fim do XIX e início do XX. Isso alimentou as críticas ao atraso de Português e suas colônias ante outros povos