O Socialismo anarquico
Os anarquistas socialistas libertários acreditam que a função de qualquer governo é a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Eles acreditam que, no sistema capitalista, o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos a propriedade sobre os meios de subsistência de todos.
Esta teoria clama por um sistema socialista, onde a posse dos meios de produção seja garantida a todos os que trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de nenhuma autoridade ou governo, visto que não haveria necessidade de impor privilégios de uma classe sobre outra. A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e dividindo-se livremente (ou seja, com entrada e saída livre) em cooperativas e estas, em federações.
A origem da tradição socialista libertária está nos séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) foi William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação sem a mão do Estado, observando que esta tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era tirada. O primeiro a se auto intitular anarquista e a defender claramente uma visão mais socialista, foi Pierre Proudhon, seguido por Bakunin que levou e elaborou as ideias de Proudhon à primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, Kropotkin desenvolve a vertente comunista do anarquismo, enquanto Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo em plena revolução russa na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam massacradas pelos revolucionários leninistas e trotskistas. (ver Godwin, Proudhon, Bakunin, Kropotkin, Makhno, etc).
Na visão anarquista todo e qualquer governo tinha como fim último legitimar uma nova classe no poder e cercear as liberdades individuais. Por isso, a Ditadura do Proletariado era vista pelo ideal anarquista enquanto uma mera reprodução dos Estados Liberal-Burguês ou