o silencio de melinda

É o primeiro dia do primeiro colegial para Melinda, todos estão eufóricos na escola, mas ela não se mistura. Com flash-back do que houve durante suas férias o filme vai intercalando presente e um passado que ainda não passou.
Melinda é muito quieta, não dialoga com os pais e é vitima de uma série bullyings na escola, é a vitima perfeita… Os amigos a isolam por que em uma festa Melinda parece ter surtado e chamado a policia, ninguém entende sua postura e recrimina-na como se fosse uma traição à atitude. A adolescente não consegue falar do terrível trauma que sofreu naquela noite, nem para as amigas, nem para si mesma.
Os sinais estão tão claros, mas ninguém consegue ler nas entrelinhas, seu desempenho na escola cai drasticamente, mas os pais apenas a cobram, sem ter a sensibilidade de parar para observar que alguma coisa mudou no comportamento da filha.
É complicado para Melinda frequenta a mesma escola que seu estuprador, numa das cenas, quando ela esta no refeitório ele aparece, conversando com suas amigas e a envolve sobre seus braços, como se nada, absolutamente nada tivesse acontecido.
Silenciar é mais comum do que se pode pensar em casos de estupros, os números poderiam ser bem maiores se todas as mulheres denunciassem, mas não é fácil admitir ter sofrido uma violência destas nem para si mesmo, nem para o mundo, ainda mais quando o violentador é alguém conhecido (amigo, irmão, pai, tio…).
O Silêncio de Melinda é perturbador, as lembranças da violência sexual, do desespero, da traição sentida por aquele rapaz em que ela confiou…
E a total falta de coragem de gritar ao mundo que fora vitima de uma violência, enquanto ela se tortura e vê sua vida escorrendo para o vazio, o responsável por tudo isso segue popular e tendo uma vida completamente normal, inclusive iniciando um romance com a ex melhor amiga de Melinda.