O significado de empreendedorismo
A ideia de “empreendorismo social” toca uma corda sensível. É uma expressão bem adaptada ao nosso tempo e que combina a paixão de uma missão social com uma imagem de disciplina ligada à gestão, de inovação e de determinação que é normalmente associada, por exemplo, aos pioneiros da alta tecnologia de Silicon Valley. O tempo está manifestamente maduro para as abordagens empreendedoras aos problemas sociais. Muitos esforços governamentais e filantrópicos ficaram muito aquém das nossas expectativas, para além de importantes instituições do sector social que são frequentemente consideradas ineficientes, ineficazes e indiferentes. São necessários empreendedores sociais para desenvolver novos modelos para um novo século. A linguagem do empreendorismo social pode ser nova, mas o fenómeno não o é. Sempre houve empreendedores sociais, ainda que não fossem assim designados. Foram eles que fundaram muitas das instituições que agora consideramos como dados adquiridos. No entanto, a nova designação é importante porque implica uma diluição das fronteiras entre sectores. Para além de actividades inovadoras sem fins lucrativos, o empreendorismo social pode incluir actividades lucrativas com objectivos sociais, como bancos de desenvolvimento comunitário, e organizações híbridas que combinam elementos lucrativos e não-lucrativos, como os abrigos para os sem-abrigo que iniciam actividades lucrativas para formar e dar trabalho aos seus utilizadores. A nova linguagem ajuda a alargar o campo de actuação e os empreendedores sociais procuram os métodos mais eficazes de servir as suas missões sociais. Ainda que o conceito de “empreendorismo social” esteja a ganhar popularidade, ele significa coisas diferentes para pessoas diferentes, o que pode dar azo a confusões. Muitas pessoas associam exclusivamente o empreendorismo social às organizações