O SERVI O SOCIAL E AS RELA ES SOCIAIS DE PRODU O
As discussões trazidas anteriormente fazem uma inflexão da profissão, as quais trazem o desvelamento do Serviço Social a partir de sua inserção na sociedade e, em particular, a partir da divisão do trabalho. Divisão que, se por um lado provoca o desenvolvimento das forças produtivas, por outro propicia um crescente distanciamento entre homem e natureza.
Entendemos a divisão sócio técnica do trabalho sob uma perspectiva marxiana , a qual inclui a divisão das condições de trabalho, instrumentos e materiais. O Serviço Social é o trabalho profissional do assistente social desde seu processo de institucionalização sempre esteve profundamente conectado à esfera de prestação de serviços sociais, que são os bens colocados pelo Estado à disposição da população usuária.
Diante destas análises, precisamos pensar a institucionalização do Serviço Social a partir da polarização de interesses das classes contrapostas, e como parte integrante desse processo social, reproduzindo e reforçando as contradições básicas que conformam a sociedade do capital, ao mesmo tempo e pelas mesmas atividades em que é mobilizada para reforçar as condições de dominação, como dois pólos inseparáveis de uma mesma unidade.
O entendimento deste movimento dialético possibilita ao assistente social colocar-se em defesa de um projeto societário da classe trabalhadora, afinal, mesmo que a profissão seja constituída para servir aos interesses do capital, a profissão não reproduz monoliticamente, necessidades que lhe são exclusivas, ou seja, participa, também, ao lado de outras instituições sociais, das respostas às necessidades legítimas de sobrevivência da classe trabalhadora, face às suas condições de vida, dadas historicamente.
Isso sem esquecer-se da condição fundamental de atuar enquanto uma profissão inscrita na divisão social do trabalho, e situar-se no processo da reprodução das relações sociais, fundamentalmente como uma atividade auxiliar