O sertão que virou mar
2. Dados Etnográficos:
Localidade: Atualmente o povo Tuxá vive em três diferentes estados brasileiros, divididos entre a Bahia, Alagoas e Pernambuco. Mais especificamente, os Tuxás habitam as proximidades do município de Ibotirama, o município de Rodelas (que será o enfoque deste trabalho) e a margem direita do rio Moxotó, próximo ao município de Inajá.
População: De acordo com a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), em 2010, os Tuxá contam aproximadamente 2142.
Religiosidade: O “Ritual dos Ocultos”, ou “Particular”, é realizado de 15 em 15 dias, sempre aos sábados, sendo iniciado por volta das onze horas da noite, encerrando-se geralmente ao amanhecer, eventualmente se estendendo até mais tarde ou mesmo durante dias seguidos. É realizado em um local fixo chamado “Casa de Oração”. O Toré, outra manifestação da espiritualidade Tuxá, é utilizado pelos Tuxá tanto para denominar sua dança e canto tradicionais como uma manifestação cultural específica, diferente do “Ritual dos Ocultos” ou “Particular”. O Toré, para os Tuxá, enquanto uma manifestação cultural específica, tem um caráter mais de divertimento, brincadeira, de comemoração e confraternização, podendo ser realizada, por exemplo, para “pagar” uma promessa bem sucedida.
Idioma: Dzubukuá, pertencente à família linguística Karirí, que era falada por índios do Nordeste brasileiro.
3. Apresentação do Caso.
3.1. Os Tuxá de Rodelas (apanhado histórico):
Os índios Tuxá de Rodelas são remanescentes da população indígena que habitava o médio-baixo São Francisco, que por conta da lógica de colonização portuguesa de meados do século XVII e XVIII foram restringidos aos aldeamentos jesuíticos, inclusive, vale dizer, que a Missão de São João Batista de Rodelas, que originou a vila e depois o município de Rodelas, foi uma das últimas missões religiosas que foram extintas no século XIX.
A partir do século XIX, no ano de 1850