O SER NO MUNDO
Jorge Cristiano
RESUMO
Este artigo tem por objetivo situar o problema do ser-no-mundo.
Palavras-chave: Ser-para-a-morte. Morte. Existência. Autenticidade. Fenomenologia.
1 - INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como propósito abordar o pensamento heideggeriano em sua primeira fase, em especial a partir de Ser e Tempo, no qual procuramos fazer uma leitura em torno do ser-para-a-morte, apresentando um viés positivo desta possibilidade inevitável, como meio para que o existente possa projetar-se e abrir-se a uma existência autêntica.
O Dasein como ser limitado por circunstâncias que compreendem o seu mundo compartilhado é levado a pensar sobre a dimensão futura de sua existência e a lançar-se para seu encontro. É chamado a projetar-se mediante tal desafio, vendo-se sempre limitado no tempo como ser mortal, frágil sujeito a incompletude, marcado pela angústia.
Nosso trabalho inicia por meio de uma apresentação dos principais conceitos em Ser e Tempo, em especial aqueles que estão mais próximos de nossa investigação.
É importante relatar que a Fenomenologia ainda é pouco estudada em países como os Estados Unidos, um dos motivos para isto pode ser atribuído a predominância do cartesianismo e do neopositivismo e, principalmente da pequena ou até mesmo nenhuma tradição filosófica daquele país.
2. Fenomenologia
A Fenomenologia surge da insuficiência do dualismo cartesiano1 e da incompletude do positivismo2 às questões científicas mais complexas, principalmente aquelas que estavam relacionadas à área da Psicologia. Esta nova visão e interpretação de homem desenvolvida por Husserl carrega em seu bojo um conjunto de preposições, que orientam para uma maneira de pensar, aprender e investigar o mundo. Procurando ver o homem além dos aspectos científicos, levando em conta sua historicidade, sua subjetividade, frustrações, sofrimentos e, principalmente, as angústias do existir humano.
Com o passar dos anos, a Fenomenologia de Husserl