O Ser em Parmenides
Segundo Parmênides, o ser é a única coisa pensável e exprimível, a ponto de fazer coincidir o pensar e o ser, pois não há pensamento que não exprima o ser. Ao contrário, o não-ser é de todo impensável, inexprimível, indizível e, portanto, impossível e absurdo.
Esta é a primeira formulação do princípio da não-contradição, o princípio que afirma a impossibilidade de coexistência simultânea dos contraditórios, no caso o ser e o não-ser. Se há ser, não pode haver o não-ser. Aristóteles mais tarde reformularia esse princípio em sua Lógica.
Em toda sua obra Parmênides diz e define o ser como ingênito e incorruptível. Pois se foi gerado, só o foi do não-ser ou do ser; do não-ser é impossível porque o não-ser não é; do ser é igualmente impossível porque já seria e não nasceria. E por estas mesmas razões é impossível que se corrompa. Não tem, pois, um passado e um futuro, mas é presente eterno sem início e sem fim. Ele é imutável e absolutamente imóvel, é perfeito e acabado e, como tal, não tem necessidade de nada e, por isso, permanece em si mesmo idêntico no idêntico. Ele é um contínuo todo igual já que qualquer diferença implica o-não-ser.
Enquanto que para Górgias é ao contrário em relação ao ser; o não-ser existe. O não-ser organiza-se em três teses: nada existe; mesmo se o ser existisse, então seria incognoscível; e se fosse cognoscível, então este conhecimento do ser seria incomunicável.
Para ele, as coisas não são mais do que não são; ou seja; não existem. Ainda que o ser existisse, não podia ser nem gerado e não gerado. Mas, mesmo se um tal ser existisse, as coisas seriam incognoscíveis, pelo menos para nós. As coisas que vemos e ouvimos existem porque são representadas. Ora, pode representar-se o que não existe. Portanto, a representação do ser não nos proporciona o ser e o conhecimento é impossível.Contudo, tomamos conhecimento pela percepção e comunicamo-lo pela linguagem. Mas a linguagem não transmite a experiência pela qual