O ser da compreensão
O espaço
O ser é o seu centro. O espaço é aberto e orientado pela movimentação do ser dentro do mundo.
O conceito heideggeriano fala do ser no mundo. O existir do Dasein inclui o espaço e o mundo. Heidegger escrever: “(...) só pode ser compreendido (o Dasein) a partir do mundo”.
O mundo é aqui entendido como sítio humano, caracterizando como momento estrutural do ser no mundo.
O espaço não é considerado como uma origem já dada em que as coisas vão se colocando. É na verdade a organização do mundo dos objetos que orienta os lugares.
O espaço tridimensional revela-se como intuição fundamental, construída a partir da movimentação do corpo, sendo ele o centro do homem. Quando se fala em tridimensionalidade podemos pensar em esquerda e direita, para baixo e para cima, frente ou atrás.
O espaço próprio, sendo extensão do corpo, não pode ser invadido, condição essa de sobrevivência. É o espaço vital, cuja extensão deve ser mantida custe o que custar. Podemos pensar nesse momento em um disparo de arma de fogo contra uma pessoa. A bala invadiria nosso espaço corporal, levando assim a uma possível morte do ser. Proteger este espaço é necessário para que o homem mantenha-se vivo.
É possível interpretar diversas neuroses do cidadão que vive em meio urbano superpovoado, como sendo produtos da transgressão do território individual. O acumulo de edifícios, o amontoamento dos meios de transporte reduz a dimensão do território às fronteiras do corpo, não raro espremido também. Como em metros abarrotados de pessoas tentando invadir uma o espaço da outra. Vemos assim um caos instalado onde o espaço não é mais respeitado. Os animais selvagens, quando transportados fora do seu habitat natural, freqüentemente definham e morre, sem nenhuma causa orgânica. Pessoas transplantadas apresentam reações de depressão e quadros de despersonalização. Despojadas dos marcos costumeiros do seu território, perdem também o seu