o sentido do trabalho na sociedade capitalista
Nesse capítulo abordamos a questão do trabalho na sociedade capitalista ligada a dois modelos de agricultura, sendo assim é necessário expressarmos aqui nossa concepção de trabalho, pois ele está na base das ações humanas e como ele é organizado influencia diretamente na maneira como vivemos e concebemos a vida. Utilizaremos nesta pesquisa o conceito de trabalhos seguindo a linha de pensadores que abordam a temática. Traremos nesta abordagem o que Marx e Engels, entre outros autores, formularam acerca do trabalho.
Não nos deteremos em aprofundar os conceitos aqui trabalhados, apenas faremos uma abordagem para explicitar qual a nossa concepção de trabalho na sociedade capitalista. Trataremos de visualizar como estas concepções influenciam na compreensão e interpretação das relações sociais, principalmente as de produção no campo.
Nesta abordagem dois aspectos merecem destaque, o primeiro enfatiza a humanização que o trabalho proporciona nos atos de criação, o segundo a desumanização decorrente do modo capitalista de produção ao qual o trabalho está subordinado.
1.1 O sentido ontológico do trabalho
Um dos grandes pontos de partida para o conceito é o celebre trecho de Engels em que afirma que “o trabalho em certo grau criou o próprio homem”. É coerente concordar com Engels tendo em vista que a necessidade de sobrevivência humana proporcionou por meio do trabalho o desenvolvimento de amplas capacidades humanas. Partimos então de que os seres humanos por meio do trabalho transformam a natureza. Manacorda (2010), ao retomar Marx também ressalta o aspecto positivo do trabalho, destacando como primeira necessidade humana, na qual os seres humanos transformam a natureza, e ao transforma-la transformam a si próprios. Neste intuito o trabalho passa a ser um aspecto importante para a vida humana, pois “para poder fazer história os homens tem que estar em condições de viver, afim de fazer