O sentido da participação na construção da política urbana em camaragibe.
A transformação da cidade e do Estado contemporâneo, em face das características socialmente excludentes da urbanização nas últimas décadas, fortalecidas e polarizadas pelas exigências dos ajustes à economia mundial globalizada, tem levado os municípios a reverem seus processos de gestão. Este desafio se traduz na perspectiva de uma inversão de prioridades e na redefinição das relações entre o Estado e a sociedade civil.
Os elos entre sociedade política e sociedade civil tornam-se cada vez mais importantes. Emerge o debate sobre as relações entre democratização e representação dos interesses populares na esfera das decisões políticas. Como resultado deste processo começa a se fortalecer o conceito de democracia participativa, com características de semidireta, ou seja, não desconsidera os representantes, mas aproxima a sociedade da arena decisória.
No Brasil, principalmente após a Constituição de 1988, observa-se a construção de um processo político de descentralização da gestão pública que se caracteriza pela disseminação de valores políticos de controle social e a participação. Constrói-se a perspectiva de uma nova “institucionalidade pública” (Gohn, 2001:85) que trouxe consigo duas importantes mudanças no processo de elaboração de políticas governamentais: a descentralização, isto é, a transferência da responsabilidade decisória para as unidades subnacionais (estados e municípios), e o viés claramente participativo que, a partir daquele momento, deveria caracterizar o processo decisório.
A democracia participativa passa a configurar-se como um continuum entre a forma direta e a representativa, no entanto, observa-se que num país como o Brasil, com uma pesada tradição autoritária e clientelista, a consolidação de um processo democrático não constitui tarefa fácil
O reconhecimento da importância da participação popular na gestão das