O Sentido da Máxima Fenomenológica da "Volta Às Coisas Mesmas" em Husserl, Heidegger e Merleau-Ponty
FACULDADE DE FILOSOFIA
GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
SANDRO RAFAELLE NUNES GÓES
O Sentido da Máxima Fenomenológica da “Volta Às Coisas Mesmas” em Husserl,
Heidegger e Merleau-Ponty
GOIÂNIA 2014
Husserl
A filosofia de Husserl quer fundamentar uma crítica do conhecimento. O objetivo de Husserl, com a sua crítica, é o de determinar uma nova maneira de se orientar na experiência e no pensar, ou seja, ensinar a ver aquilo que temos diante dos olhos: as ciências, os fenômenos, o mundo, enfim, tudo o que está aí (os enigmas). O enigma é posto pelo mundo, que é o dado. Se o filósofo não consegue decifrar o enigma, ele cai no preconceito que é a ingenuidade do homem que vê o mundo dado apenas pela percepção. O enigma, portanto, é o problema do conhecimento e, diante do enigma, é preciso decifrá-lo. Husserl quer decifrar o enigma do conhecimento, ele quer entrar na esfera dos dados evidentes, e é essa esfera que a fenomenologia quer alcançar.
A divisa da fenomenologia é a esfera das “coisas mesmas”. Para alcançar essa esfera e
“libertar a visão” é preciso, antes de tudo, suspender os juízos, ou seja, colocar o mundo entre parênteses. Isso posto, o que resta dessa radicalização é “algum espaço”. Porém, este espaço, não é uma forma pura da intuição sensível, este espaço é aquilo que Husserl chama de esfera do que está dado no sentido de que é visado, isto é, “dar-se em si puro”. Essa redução, no entanto, não significa negação, abandono ou dúvida.
Husserl elabora a superação da divisão tradicional, entre interior e exterior, com o método fenomenológico. Um dos pontos centrais da fenomenologia husserliana é a crítica ao psicologismo e ao naturalismo. O conhecimento não é adquirido no objeto e nem tão pouco no pensamento. A sua pretensão é uma ciência eidética, ou seja, uma ciência da ideia. A fenomenologia tem como objetivo “voltar às coisas mesmas”, sendo, em primeira instância, descritiva, buscando clarificar