O Senhor das moscas

Relatório do Filme “O Senhor das Moscas”
O filme “O Senhor das Moscas” (1963) de Peter Brook é a adaptação para o cinema do livro homônimo de William Golding. Conta a história de um grupo de meninos, que ao sofrerem um acidente aéreo, caem em uma ilha deserta e se deparam com a dura realidade de terem que sobreviver. A partir dessa temática, o filme procura retratar características e formação de processos grupais, abordando como as crianças criam estratégias, regras, tarefas e responsabilidades em um ambiente totalmente diferente do que eles viviam até então.
Assumindo inicialmente a liderança, Ralph passa a criar estratégias, dividindo tarefas entre os membros do grupo e tendo que administrar a insubordinação, o pessimismo e a inconsequência de Jack. Podemos observar que, a partir daí, começa a se formar uma configuração social onde personalidades diversas e conflitantes começam a surgir. Tanto que, uma divisão entre os membros acaba ocorrendo, e a união se desfaz em dois grupos: Um deles liderado por Ralph tenta agir sempre pelo bem, paz e harmonia do grupo, enquanto o grupo liderado por Jack passa a agir com comportamentos maldosos e até mesmo infantis, criando muitas vezes brigas e conflitos com o grupo “rival”.
Interessante observar que, apesar do enredo bastante simples sobre o difícil convívio de meninos tentando sobreviver em uma ilha deserta, o filme trata da complexa formação de processos grupais, indo da democracia à ditadura imposta pelo medo e coerção. Esse mesmo tema já foi bastante abordado em outros filmes e seriados de TV ficando inevitável, da minha parte, a comparação com o seriado “LOST” e até mesmo a adaptação para o cinema do filme “A revolução do bichos”.
Podemos comparar o enredo do filme com as teorias contratualistas de Rousseau e Hobbes. Observamos duas teorias conflitantes a respeito da formação de grupos e a sociabilidade humana. De um lado, vemos Ralph e seu grupo tendendo para uma visão próxima a de Rousseau, onde a soberania é