O Seminarista
No Romantismo as obras podem possuir três tipos de caráter de ambientação, o urbano onde a trama se desenvolve no espaço da cidade, o rural, onde a estória acontece no campo, ou o indianista, que foi uma peculiaridade do romantismo no Brasil, que não possuía cavalheiros medievais, e com isso foram substituídos pelo índio nacional, sendo assim a obra se passava no ambiente de floresta ou natureza nativa.
Na obra O seminarista, de Bernardo Guimarães, o ambiente da trama é predominantemente rural, ocorrendo a maior parte da narrativa numa fazenda, no interior, na época da província de Minas Gerais podendo ser isto visto no trecho:"..Um estreito caminho, partindo da porta da casa, cortava o vargedo e ia atravessar o capão e o córrego, por uma pontezinha de madeira, fechada do outro lado por uma tronqueira de varas. Junto à ponte, de um lado e outro do caminho, viam-se duas corpulentas paineiras, cujos galhos, entrelaçando-se no ar, formavam uma arcada de verdura, à entrada do campo onde pastava o gado...”
Mas a obra não se passa somente no espaço rural, quando o personagem vai pra o seminário, a estória se desenvolve curtamente num ambiente urbano de uma pequena cidade mineira, fazendo um contraste entre os espaços, ou seja, mesmo passando na cidade essa parte da trama ainda possui elementos campestres, podendo ser observado no trecho: “... O seminário, que nada tem de muito notável, é um grande edifício de sobrado, cuja frente se atravessa a pouca distância por detrás da igreja, tendo nos fundos mais um extenso lance, um pátio e uma vasta quinta. Das janelas do edifício se descortina o arraial, e a vista se derrama por um não muito largo, porém formoso horizonte..."
Nesse seminário, ao contrário da fazenda onde tinham uma vida feliz, temos um lugar deprimente, onde o personagem principal passa por profundas tristezas, como podemos ver em: ”... Eis o nosso herói transportado das livres e risonhas campinas da fazenda paterna para a monótona e