O Segundo Império
Com a maioridade de D. Pedro, os liberais que tinham sido os articuladores do projeto assumiram o Primeiro Ministério de D. Pedro II. Liberais e Conservadores, ou como eram mais conhecidos: "luzias" e "saquaremas", tinham uma origem comum, ambos eram originários da facção Liberal Moderada da época da Regência que se dividiu em progressistas e regressistas.
Nenhum dos dois aceitava a vontade popular para obter um governo representativo, predominando sempre uma política clientelista de reforço às estruturas do poder. O espírito camaleônico dos membros dos dois partidos deu origem à expressão de Holanda Cavalcanti, político pernambucano: "Nada mais parecido com um saquarema do que um luzia no poder".
"Saquarema" era a denominação dos conservadores porque era o nome de um Município fluminense onde um dos seus líderes, o Visconde de Itaboraí, tinha uma fazenda onde o grupo se reunia. Este grupo era favorável à centralização do poder. "Luzia" era a denominação dos liberais, em alusão a uma vila de Minas, Santa Luzia, onde ocorreu a sua maior derrota nas revoltas de 1842. Este grupo defendia a Monarquia Federativa, opondo-se ao Poder Moderador e ao Senado vitalício, que era dominado pelos conservadores.
O Primeiro Ministério era frágil politicamente e apoiou-se no Monarca para fortalecer seus partidários, distribuindo títulos e nomeações e ainda encontrou dificuldades para acabar com a Revolta Farroupilha, no Rio Grande do Sul, que já era remanescente do Período Regencial, por isto teve pouca duração. Foi substituído por um Gabinete Conservador em 1841, que aproveitou a maioria que ainda tinha nas Câmaras e conseguiu aprovar a volta do Conselho de Estado e a reforma do Código de Processo Criminal que ainda era