O Rádio que caiu na rede
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Rádios.Internet.br: o rádio que caiu na rede...
“Receber e transmitir, de e para qualquer parte do planeta.
A promessa dos antigos rádios
LÍGIA MARIA TRIGODE-SOUZA é jornalista e professora da Faculdade de Comunicação do Centro
Universitário Fiam-Faam e das Faculdades
Integradas Cantareira.
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de ondas curtas já é cumprida à risca pela Internet”
(Fernando Oliva, 1997).
REVISTA USP, São Paulo, n.56, p. 92-99, dezembro/fevereiro 2002-2003
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empre que falamos sobre rádio pela
Internet, surge o questionamento acerca
de se o que está sendo desenvolvido na
dio. Para responder a esse questionamento devemos
pensar, primeiramente, que a Internet deve ser vista sob dois prismas: como suporte para outros meios de comunicação e como mídia propriamente dita. No primeiro caso, ocorre um deslocamento de mídias já
constituídas (como o rádio, a televisão, etc.) para o computador. Ou seja, o meio passa a ter sua distri-
buição feita pela Internet, o que nos leva a pensar numa simples troca de suporte.
Tomando o rádio como exemplo, a programação
feita para o dial é agora inserida no computador. Ao invés de ser irradiada por transmissores e antenas, é
pela Internet que alcança seus ouvintes. No entanto,
muitas de suas características essenciais são mantidas e a Internet funciona apenas como um novo suporte.
Trata-se de rádio pela Internet.
É claro que algumas mudanças são detectadas
nessa migração de suporte já que devemos ter claro
que a técnica e a tecnologia utilizadas vão determi-
nar condicionamentos à mensagem veiculada (1).
Assim, o rádio passa a oferecer textos, imagens, etc.
ao aportar nos sites da Internet. No entanto, esses
80 anos de rádio
rede pode realmente ser chamado de rá-
são recursos adicionais oferecidos pelo novo suporte: a mensagem radiofônica pode continuar a ser
compreendida independentemente deles. O que temos é a