O romantismo brasileiro
Considera-se a obra Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, publicada em Paris em 1836, como o marco inicial do Romantismo brasileiro.
A poesia romântica brasileira passou por diferentes momentos nitidamente caracterizados. Essas diferentes vagas são apontadas pelos estudiosos, que agrupam os autores segundo as características predominantes em sua produção, dando destaque a essas tendências. Embora alguns críticos estabeleçam quatro, cinco e até seis grupos, observa-se que os aspectos apresentados em relevo podem ser assim reunidos: 1º grupo – chamado de primeira geração romântica –, em que se destacam duas tendências básicas: o misticismo (intensa religiosidade) e o indianismo. A religiosidade é marcante nos primeiros românticos, enquanto o indianismo se torna símbolo da civilização brasileira nos poemas de Gonçalves Dias. Esse espírito nacionalista fez desabrocharem também poemas cuja temática explorou o patriotismo e o saudosismo. Nomes que marcaram o período: Gonçalves de Magalhães, Araújo Porto Alegre, Gonçalves Dias.
Gonçalves de Magalhães, ou Domingos José Gonçalves de Magalhães, o Visconde de Araguaia, médico, diplomata, poeta e dramaturgo, nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de agosto de 1811. Ingressou em 1828 no curso de Medicina, do qual se diplomou em 1832. Neste mesmo ano publicou as ‘Poesias’ e, no ano seguinte, parte para a Europa com a intenção de aperfeiçoar-se em medicina. Em 1836, lançou em Paris um manifesto do Romantismo, ‘Discurso Sobre a Literatura no Brasil’. De parceria com Araújo Porto-Alegre e Torres Homem, lançou a revista Nitheroy e editou, em Paris, o seu livro ‘Suspiros Poéticos e Saudades’, considerada a obra inicial do Romantismo no Brasil. Introduziu ali seus principais temas poéticos Deus e a natureza, o poeta e sua missão reformadora, a evocação da infância, a meditação sobre a morte, o sentimento patriótico, a poesia tumular e das ruínas. Retornando ao Brasil em 1837, foi aclamado