O riso carnavalesco na literatura e nas ruas
Indhira Meir Azevêdo e Ribeiro¹
Silvania Capua Carvalho²
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
RESUMO:
Este trabalho analisa a ampla e preciosa cultura carnavalesca em consagrados autores e mostrar o núcleo do sistema do riso carnavalesco. O artigo traz as visões de Mikhail Bakhtin e George Minois sobre a Carnavalização na Idade Média e no Renascimento. São analisados em Shakespeare e Cervantes seus respectivos personagens essencialmente carnavalizados, Falstaff e Sancho Pança.
Palavras-chave: Carnavalização, riso 1 INTRODUÇÃO Ambrose Bierce, no seu Dicionário do Diabo definiu o riso como “uma convulsão interior, que produz uma distorção da expressão facial e que é acompanhada por sons desarticulados. É contagioso e, embora intermitente, incurável”. O riso, sendo ‘o apanágio do homem’ (François Rabelais), sempre surge com mais intensidade quando hierarquias e regras rigidamente estabelecidas tentam minar a autonomia e liberdade humanas. Em especial isso se deu na Idade Média e no Renascimento, com Igreja e Nobreza, as classes dominantes, impondo as festas oficiais, rígidas e de pesada organização. Ao lado do mundo oficial, imutável e sério, havia um segundo mundo, uma segunda vida do povo, baseada no princípio do riso libertador, que fazia desaparecer momentaneamente a alienação do indivíduo. Frente à cultura oficial e culta, havia uma cultura cômica, cujo núcleo era as festas populares, especialmente o Carnaval.
2 O RISO CARNAVALESCO SEGUNDO BAKHTIN E MINOIS
Para Bakhtin, o Carnaval constituía simultaneamente um conjunto de manifestações da cultura popular e um princípio de compreensão holística dessa cultura em termos de visão do mundo coerente e organizada.
¹ Graduanda do V semestre do curso de Licenciatura de Letras com Inglês na Universidade Estadual de Feira de Santana
²Orientadora - Mestranda do Programa de Pós-Graduação Literatura e Diversidade Cultural - UEFS
Professora