O retrato de Dorian Gray
Dorian é um jovem rapaz de 18 anos, dono de uma beleza incomparável para o seu tempo. Com um passado um tanto divergente para a sociedade inglesa da época, onde sua mãe (aristocrata) apaixonasse por seu pai (subalterno), torna-se órfão desde pequeno e é criado pelo avô, sendo assim herdeiro de uma grande fortuna. A partir daí, Oscar Wilde constrói um protagonista verossímil, que reflete com perfeição isso que hoje chamamos de narcisismo.
Em dado momento inicia uma amizade com o pintor Basil Hallward, artista de um certo renome, que apaixona-se por sua beleza clássica, e assim pinta um quadro de Dorian. Este, ao vê-lo pronto exprime o desejo de que o quadro pudesse envelhecer no lugar dele. Através da amizade de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, um homem malicioso e bem visto perante a sociedade inglesa. Este se oferece a apresentar as corrupções e encantos do mundo. A partir dessa nova amizade começa o martírio de Dorian. Sob a influência de Lord Henry, Dorian se torna egoísta, mau, devasso. No entanto seu rosto continua belo e angelical. O quadro torna-se um personagem importante desde os primeiros capítulos do livro. A vaidade, a beleza perante a sociedade e o caráter humano são questionados durante o decorrer da obra. Sua frieza à partir do suicídio de Sibyl Vane faz com que ele perceba que sua alma está presa ao quadro. Mas o fato de ser sempre jovem e belo não desperta a paz no protagonista. Podemos compará-lo ao conto grego de Narciso.: Pois apaixona-se por sua própria beleza, e cada vez mais se interessa pela degradação de sua alma. Em alguns momentos do livro o protagonista tem a chance de escolha, mas sempre escolhe ouvir Lord Henry. Curiosamente, tudo aquilo que é positivamente valorado pelo discurso de Wotton (o culto à beleza e à juventude) reverte-se em dano para o protagonista ao longo de sua história. Seria Basil seu lado bom e Henry seu lado mau?
Seus questionamentos e angústias vão sendo