O renascimento cultural europeu
Nos séculos XIV a XVI o Ocidente vivia um período de grandes mudanças, sobretudo a nível cultural e mental, pois estava a surgir uma nova visão do mundo e do próprio homem.
O movimento renascentista nasceu em Itália em meados do século XIV devido, em parte, ao interesse despertado pelos elementos artísticos e culturais da Antiguidade Clássica, num país onde a tradição clássica estava ainda muito presente. Além disso, a herança do mundo clássico grego começava também a ser assimilada na Europa, particularmente após a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, facto que atraiu muitos eruditos para a Itália, o local de acolhimento dos guardiães da cultura grega da antiguidade. Estes intelectuais foram os responsáveis pela fundação de Academias, seguidoras do modelo platónico.
Escritores italianos classicistas, como Dante (1265-1321) e Petrarca (1304-1374), escreviam em latim antigo e italiano e inspiravam-se nas obras de autores do mundo clássico como Cícero e Tito Lívio. São muitos aqueles que consideram estes dois intelectuais os grandes precursores deste movimento.
Por volta de 1440-1450 a invenção da tipografia pelo alemão Gutenberg permitiu a "democratização" da cultura, tornando-a acessível a um maior número de pessoas através da publicação de livros em série. A escrita de obras em italiano e não apenas em grego e latim - línguas compreendidas apenas por uma minoria erudita -, assim como uma rápida circulação da cultura que, graças aos povos que realizaram a expansão marítima extraeuropeia, chegava a toda a Europa, são aspetos de um fecundo élan de valorização do saber.
No entanto, o classicismo, ou seja, a valorização e cópia crítica da cultura clássica, é uma das