O reino
Reino que alvoroçou o mundo
David Bercot www.scrollpublishing.org Versão digital:
www.ocristianismoprimitivo.com
Este manuscrito apenas foi traduzido. Logo de o editar, vamos apresentar a versão editada. PRIMEIRA PARTE
O reino de valores invertidos
1
Guerra santa?
Era sexta-feira, dia 8 de julho do ano 1099. O sol abrasador do deserto abatia a procissão dispersa de sacerdotes levando grandes cruzes e relíquias de santos. Eles marchavam ao redor dos muros exteriores de Jerusalém. Após os clérigos, seguiam-se 1.200 cavaleiros descalços, integrantes das cruzadas, e cerca de 11.000 soldados, marinheiros e operários famintos e sedentos. Os muçulmanos defensores da cidade riam-se com desdém da procissão, zombando deles enquanto observavam sua marcha. Até profanavam cruzes de várias maneiras e penduravam-nas nos muros da cidade para insultarem ainda mais aquele grupo desordenado de cristãos meio loucos.
Apesar dos insultos e zombarias, os cruzados continuaram em sua procissão de homens descalços até chegarem ao Monte das Oliveiras onde se detiveram. Chegando lá, um dos bispos começou a exortá-los: “Agora nos encontramos no mesmo lugar em que o Senhor teve sua ascensão, e não há outra coisa que possamos fazer para nos purificarmos mais. Portanto, cada um de nós perdoe a seu irmão a quem ofendeu para que o Senhor nos perdoe”.1 Em seguida recordou-lhes de sua profecia de que Jerusalém lhes seria entregue na próxima sexta-feira se continuassem se humilhando e se purificando. Se os muçulmanos escutaram o pronunciamento do bispo, não lhe deram importância. Tomar a cidade de Jerusalém em sete dias? Seria difícil! Porque antes que os cruzados chegassem às cercanias de Jerusalém, Iftikhar, o governante muçulmano de Jerusalém, tinha ordenado que tapassem ou envenenassem todos os poços de fora do muro da cidade. Os cruzados só contavam com um manancial temporário como fonte de água. Muitos deles já estavam seriamente