O reino de gana
Originalmente chamado de Uagadu, “país dos rebanhos”, o Reino de Gana foi um dos grandes reinos que se estabeleceram ao sul do Saara, onde hoje é a Mauritânia e Mali, entre os rios Senegal e Niger. O nome Gana vem da nomenclatura que era dada aos governantes do reino.
Esse reino foi fundado aproximadamente no ano 300 d.C. pelos mandês, mandeus ou mandingas, povos soninkes, que se organizaram nessa sociedade para se protegerem dos constantes ataques de tribos nômades que viviam por aquela região. A riqueza mineral dessa região foi fundamental para esse povo, que foi o primeiro da África a dominar o ferro, o que garantia proteção militar, possibilitou a expansão do território e maior produtividade agrícola.
Além do ferro, havia também um verdadeiro “el dorado” naquela região, que aliado à agropecuária, despertou o interesse dos árabes e dos berberes e fez de Gana controlador do maior fluxo comercial da África Ocidental. Em troca do ouro, os ganeses recebiam o sal, que era escasso naquela região distante do litoral.
Entre o século VII e o século XIII, a cidade Kumbi Saleh, no Reino de Gana, foi o centro das rotas de comérciais que atravessavam o Saara e chegava às cidades e aos portos do norte África. Esse comércio só foi possibilizado com a domesticação do camelo, que formavam caravanas para transportar o ouro retirado das minas do sul de Gana.
Esse comércio entre muçulmanos, berberes e ganeses fez com que os forasteiros se sentissem autorizados a impor sua doutrina sobre os ganeses, que por sua vez não aceitaram e permaneceram com suas tradições religiosas. Apesar disso, autorizaram a instalarem-se naquela região e fundarem cidades, que, durante o governo da dinastia dos Almorávidas, muçulmanos berberes, causaram a destruição de Gana.
O reino de Gana começou a sentir os primeiros sinais de sua crise com o esgotamento das minas de ouro que sustentavam a sua economia e a concorrência de outras potencias desse mercado. Além disso, por volta do