O Rei
Um dia, em um dos momentos em que o rei julgava as causas de seu povo, chegou perto dele um de seus súditos e disse-lhe:
– Meu rei, posso fazer-te uma pergunta?
– Claro, respondeu o rei.
– É que muita gente não entende como o senhor consegue conciliar tantas riquezas com tanta simplicidade de coração. Nós ficamos maravilhados com isso. Qual é o seu segredo?
Então o rei fez sinal para que os soldados se aproximassem e lhes ordenou:
– Levem esse meu súdito aos depósitos reais, onde guardo todo o meu tesouro. Deem a ele uma lamparina acesa para que possa enxergar bem, deixe-o tocar, olhar e fazer o que quiser com meu tesouro, para que ele possa avaliá-lo para mim e trazer-me um relatório. Mas existe um único porém: caso ele deixe o fogo da lamparina se apagar, traga-o até a minha presença, que ele será castigado com 10 chibatadas em frente a toda a população.
O súdito não compreendeu muito bem essa ordem, mas tinha muita curiosidade de ver todos os tesouros, então foi levado pelos soldados.
Ao final da tarde o súdito voltou ao local combinado e, orgulhoso, ostentava a sua lamparina acesa. Então o rei lhe perguntou:
– Vejo que já voltou de ver todo o meu tesouro e traz a sua lamparina acesa. Depois de ver tudo, quanto esse tesouro vale para você? Passe-me o relatório que pedi.
– Meu rei, entrei onde estavam teus tesouros, mas fiquei tão preocupado com a tua ordem de manter a lamparina acesa e com medo de ser castigado pelo senhor que não consegui prestar muita atenção naquele tesouro todo. Meu foco era