O rei da vela.
Oswald de Andrade.
Resumo da obra.
O ano é 1933.
Abelardo 1, protagonista, trata-se de um agiota, que cuida de seus negócios com extrema frieza emocional, tratando com grande desdém seus devedores, que após grande tempo de espera imploravam o refinanciamento de suas dividas dentro de uma jaula.
Ao mesmo tempo em que presta seus serviços de agiotagem usurpando uma parcela calamitosa da sociedade, é também dono de uma fábrica de velas.
Abelardo 1 é um típico oportunista capitalista, havia ele aproveitado -se de momentos de declínio financeiro para se beneficiar de grandes fazendeiros (quanto a compra de sacas de café) na época do crash da bolsa americana (1929), assim como viu a pujança de sua fábrica de velas devido ao alto custo da energia elétrica proveniente a recente crise, além de haver ainda um grande mercado consumidor de velas intimamente ligado ao tradicionalismo religioso Brasileiro, que consistia (e consiste) em acender uma vela votiva em momentos fúnebres.
Assim, Abelardo ascendia cada vez mais socialmente sobre a decadência ou as lástimas da população.
Com uma destreza atípica, se utilizou de inúmeras formas despudoradas para fazer sua fortuna, via em tudo e em todos um grande negócio, incluindo seu noivado com Heloisa, à quem lhe presenteara com uma ilha na Baía da Guanabara.
Heloisa provinha de uma família tradicional, seu pai, Coronel Belarmirno, era um grande latifundiário agora falido, e Abelardo 1 viu grande conveniência por questões nobiliárquicas em negociar um casamento com Heloisa de Lesbos, que tinha “sangue azul”, logo, lhe beneficiando em possíveis facilitações de futuros acordos devido ao status social que tal união lhe proporcionaria.
Heloisa tinha um irmão homossexual apelidado de Totó fruta do conde (personagem extravagante), uma tia (irmã de Belarmino) Dona Poloca ou Poloquinha (o termo aludido a denominação de prostitutas), e uma irmã, Joana, conhecida com João dos Divãs, que também era homossexual,