O Racismo no futebol Brasileiro
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O racismo presente no futebol é o mesmo presente na sociedade. Ele precisa ser entendido e enfrentando num plano mais amplo, e não apenas num segmento específico. Temos que mostrar às novas gerações que o Brasil é um país miscigenado, e que esse aspecto é uma herança positiva, responsável pela formação da nossa gente. Temos que ensinar as crianças que ninguém deve ser avaliado pela cor da sua pele. O ato de torcer em meio a uma multidão faz com que sentimentos que são controlados no convívio social cotidiano acabem expostos. Assim, o racismo presente na sociedade acaba aparecendo nos gramados. O racismo existe na sociedade, não é uma patologia do futebol, é uma doença social presente em toda a sociedade. No êxtase da torcida, alguns torcedores parecem se esquecer que estão num lugar público e, sentindo-se protegidos pelo anonimato, acabam tendo atitudes que normalmente não teriam. Nos anos 1970, por não atender às expectativas normativas suscitadas pelo estereótipo do “bom negro”, Paulo César Lima foi classificado como “jogador-problema”. Responsabilizado pelo fracasso do Brasil na Copa da Alemanha, pleiteava o direito de voltar a vestir a camisa verde e amarela. O rumor de que o banimento tinha o respaldo de um ministro de Estado, não o surprendia: “Se for, mais uma vez vou ter a certeza de que sou um negro que incomoda muita gente”. E acrescentava: “Não vou ser um negro tímido, quieto, com medo e temor das pessoas. A questão do racismo no futebol é retomada no Brasil em 1998 por meio de um artigo contundente: "A linguagem racista no futebol brasileiro" (SILVA, 1998). Neste trabalho, o autor interpreta notícias veiculadas em jornais após as derrotas da seleção brasileira em Copas do Mundo. Discute o papel da mídia na reprodução e construção do racismo no futebol brasileiro e conclui que nas derrotas o sentido construído socialmente para determinadas metáforas desclassifica o jogador, sobretudo, como ser humano e não apenas