O que é o animal? ( O animal que logo sou Derrida)
Em primeiro lugar devemos nos perguntar se o que queremos saber é o que é o animal para o homem ou o que é o animal para o animal? Pretendo aqui falar sobre o que é o animal para o animal, ou o que é o animal em si, o que parece estranho, pois como um homem pode falar sobre o que é um animal que ele não o seja? Pois me proponho a falar do animal e de como falar de um animal usando um ponto de vista um tanto quanto animal.
De fato não se pode saber o que se passa na cabeça do outro, ou em outras palavras, como é sua interpretação e concepção do mundo. Mas com tantas possibilidades encontradas no leque do desconhecimento desse outro, que na presente ocasião se trata do animal, muito diferente do “animal” homem, podemos ter a ciência do abismo que se abre ao perguntarmos como ele é, ou como é ser, para ele. Com o pensamento antropocêntrico podemos, assim como Bataille e Heidegger, chegar a conclusões que satisfariam ainda menos nossa indagação, talvez por deter a questão em limites pré-estabelecidos, ou talvez por não saber falar de outra forma que não de forma antropocêntrica. Mas assim o objetivo almejado nunca será atingido, pois a resposta da nossa questão está no poder do outro. Se, ao tentar entender como é a concepção de mundo para um semelhante nosso, por exemplo, que compartilhe de mesma linguagem e costumes, já nos desconcerta, quando tratamos de um animal, a questão parece imergir numa região abissal sem que tenhamos nem ao menos por onde começar a procurar um caminho que possa vir a desvelar uma direção para uma resposta, pois o fato de sermos limitados em nossa condição de homem e não termos um contato tão íntimo com o animal que somos nos impossibilita de alcançarmos uma compreensão justa do assunto tratado.
Não concebemos o mundo simplesmente através das palavras, pois estas são usadas para ilustrar e compartilhar nossa compreensão de mundo e partindo desse ponto acredito que não chegaríamos a lugar algum se tratando de uma