O que é a Filosofia?
Por: Cláudio Azevedo (MEFIL)
Esta pergunta está longe de ter uma resposta definida, pois já muitos foram os filósofos que se dedicaram a pensar a filosofia mas todos eles parecem olhar para ela de formas diferentes. Mas existe um ponto de partida que parece ser comum à maior parte e que serve de motor de reflexão para esta questão, que é a etimologia da palavra “Filosofia”.
Numa primeira fase, irá ser este também o meu ponto de partida para pensar o que é a Filosofia.
Sentido Etimológico
A palavra é composta por dois termos sendo o primeiro: Philos, que quer dizer amor, amizade. A segunda palavra é Sophia, que é o saber teórico, o conhecimento. Juntando temos então “Filosofia” como sendo um amor pelo saber. Este amar o saber, ou a amizade que o homem tem pelo saber opõe-se à imagem do sábio, como sendo aquele que possui a Verdade. Aquele que ama o saber, tem pelo saber um carinho especial, que se traduz numa consciência de que o saber total dentro de um só homem é algo de impossível, primeiro, porque o homem tem uma memória limitada e segundo, porque existe sempre um por-vir que trará sempre algo de novo, que o homem ainda não sabe. Assim, a relação do filósofo com o saber é diferente da relação dos não-filósofos com o saber, pois estes últimos contentam-se com o saber agir no seu dia-a-dia, o filósofo é marcado por uma busca constante por novos saberes, novas visões do mundo que ultrapassem o mero saber comum do quotidiano. Por isso, o filósofo, segundo a etimologia da palavra, tem um pathos que o faz desejar, que o inclina em direcção ao saber, o filósofo é aquele que responde ao apelo de um saber que está por descobrir e entrega-se a ele na totalidade. Mas como surge esse apelo no filósofo?
O espanto como primeiro motor de todo o filosofar
O apelo dá-se quando o homem sente nele um espanto ou como os gregos diziam um Thamazein. Mas Fernando Pessoa, no seu poema “O meu olhar”, chama-lhe pasmo essencial, e é esse poema