O que é a Ciência Política?
Perguntar o que é a ciência politica, só pode começar a ter o esboço de uma resposta depois de tentar saber-se o que é uma ciência e o que é a política. Ora acontece que o conjunto de ciência mais política depende de duas complexas variáveis que, muito frequentemente, têm entrado em rota de colisão, dado que certa ideia de política chegou a querer devorar a de ciência, da mesma forma como algumas conceções de ciência se tornaram incompatíveis com a natureza das coisas da política. Nestas áreas circulam coisas como o saber (logos), o acreditar (pitis) e o poder (dynamis), domínios que tendem a compenetrar-se e a confundirem-se. Isto é, as primeiras respostas geram ainda mais perguntas, num processo onde interessa mais a provocação do que a certeza e onde talvez tenham menos valor as respostas que formos dando do que as novas perguntas que formos suscitando.
Não pode aceder-se à ciência política pela definição de um conceito entendido como essência. A tentativa de definirmos todos os nossos termos leva uma “infinita regressão de definições”, segundo Karl Popper.
Na ciência política não há afirmações indiscutivelmente verdadeiras, primeiros princípios, verdades eternas, mas apenas afirmações prováveis, suscetíveis de discussão e de adequação às realidades. Nos domínios da ciência politica há, sobretudo, questões que permitem mais do que uma resposta, onde a descoberta do problema é mais importante do que a conclusão.
Na ciência política apenas se admite um eventual silogismo dialético, aquele que assenta em premissas prováveis e secundárias, aquele que começa pelas meras opiniões, mas que, depois, procura elevar-se, da chamada opinião pública, à opinião critica e, desta, à opinião comum, à opinião que é aceite pela maioria (ou pelo consenso) dos que pensam de forma racional e justa. Nestes domínios, ser ciência é viver numa zona de fronteira entre o problemático e o sistemático, onde se circula à volta do problema, através de