O que é uma vida boa?
MORALIDADE E FELICIDADE
De forma interpretativa, Platão e Aristóteles tentaram mostrar o caráter das virtudes morais e políticas relacionando-as entre si e com a felicidade. Enquanto a moral é subjetiva, a ética, por sua vez, refere-se a condutas. Com efeito, para esses filósofos, a felicidade seria proveniente de uma vida ética, conurbada com o respeito aos valores morais.
Para Dworkin, nossa busca pela felicidade vivencial provém, outrossim, da tentativa do comportamento ético (uma conduta que seja bastante para atingir a prosperidade), sendo, por sua vez, uma guia para que atinjamos os conceitos morais. Entretanto, a distinção moral-ética, por vezes, não é tão clara, fazendo com que os conteúdos de nossas ações, no âmbito interpretativo, sejam, por vezes, confusos. Ressalta-se que, em se tratando de moralidade, as manobras éticas realizadas, para que se chegue a uma conduta satisfatória, são, muitas vezes, para uma eficácia a longo prazo – o que confronta com o imediatismo recorrente na maioria das vontades. A virtude também faz-se intrínseca neste contexto.
Neste prisma, ressalta-se que nossa tendência é buscar a integração ético-moral em uma análise que conjugue nossas convicções subjetivas e a experiência do fato positivo, de modo a se fazer o exercício da interpretação. Porém, a generalidade pode colocar em cheque a análise de uma gama de valores mais ampla. De deve, desta sorte, buscar uma perspectiva continuada e exploradora ideias intrapessoais. Nas sábias palavras de Ronald, ‘viver responsavelmente é um projeto contínuo e nunca uma tarefa completa’.
Mas por que sermos morais? Com efeito, não basta apenas dizer que a moral se justifica por si mesma. Ela, de algum modo, se liga aos propósitos e ambições humanas e, ao nosso entendimento, aqui, relaciona-se intimamente, com a ética, como o fizera Platão e Aristóteles, com a corroboração de Dworkin. Ademais, para um efeito realmente interessante, é plausível que pensemos