o que é um livro-brinquedo
Saiba mais sobre esse objeto-livro na entrevista com a pesquisadora Ana Paula Paiva1
É pra ler ou pra brincar? Será que uma coisa exclui a outra? Jogando com a relação entre as linguagens verbal, visual e sensorial, estimulan do a imaginação literária e a coordenação motora, o livro-brinquedo vem conquistam do espaço e público em livrarias e bienais ao redor do mundo. Em junho deste ano, a pesquisadora Ana Paula Mathias de Paiva defendeu a tese chamada “Um livro pode ser tudo e nada: especificidades da linguagem do livro-brinquedo”,que ela vinha desenvolvendo desde 2010. Em entrevista para a equipe de jornalismo do Ceale, ela fala sobre o universo provocador dos livros-brinquedo.
O que define um livro-brinquedo?
É um livro que reúne uma materialidade adaptada a atividades práticas lúdicas e um suporte de leitura afim à proposta de ler brincando. A partir de sua visualidade e às vezes de seu formato, o gênero convida a criança à atividade, à ação direta. Pode se dirigir ao leitor alfabetizado ou ao leitor ainda não-alfabetizado. Além disto, editorialmente o livro-brinquedo lembra o livro-objeto, com uma irrevogável vocação experimental. Sua plasticidade gráfica e artística, performance e tecnologias estão adaptadas a usos de interagir e brincar. O termo é, portanto, aplicado a livros infantojuvenis que chamam ao manuseio direto, a jogos imaginativos, à coordenação motora e a passeios sensoriais- visuais, sem que necessariamente sejam estritamente livros de imagem. O livro-brinquedo ultrapassa a expectativa de condição objetiva linear (e única) da leitura, permite o alcance aos temas desde a abertura convencional à abertura súbita de páginas (em 3D, por exemplo), giros, trilhos e animações. Em sua estrutura gráfica, este gênero apresenta aos leitores temas variados, formatos quase sempre lúdicos e representações narrativas brincantes, destacando lances notáveis, ação visual (interatividade) e a apreciação tantoda forma