O que é um dispositivo
O texto em questão procura explicitar o que é um dispositivo para Foucault, para tal análise, busca elucidar as dimensões que compõem um dispositivo, bem como as conseqüências que decorrem desta filosofia. Iniciamos o texto já com uma definição do dispositivo, que seria uma meada, um conjunto de linhas diversas de naturezas diferentes que seguem direções e processos que estão sempre em desequilíbrio, pois estão sempre por fazer, se fazendo, se criando a todo instante. São linhas que se aproximam e se afastam, que podem ser quebradas em qualquer momento, pois estão submetidas a derivações; não são cristalizadas nem possuem uma natureza própria que as sustente. Foucault distingue três grandes instâncias: Saber, poder e subjetividade. São elas linhas que não possuem contornos, entretanto se distinguem uma da outra, se aproximando em algumas ocasiões. É através de uma crise que se descobre novas linhas e não através de uma evolução, pois se não há algo originário, basal e sustentador, o que se prossegue são crises, processos e não evoluções.
Desenredar e descobrir novas linhas é mapear o desconhecido, é se deter apenas na composição de um dispositivo.
Há que se destacar duas dimensões de um dispositivo: As curvas de visibilidade e as de enunciação. As de visibilidade são as máquinas de fazer ver, são compostas por linhas de luz. Cada dispositivo tem uma maneira que a luz lhe cai, fazendo aparecer um objeto que sem ela não é visto. As linhas de enunciação são máquinas de fazer falar, são curvas que distribuem variáveis.
Um dispositivo comporta linhas de forças que estabelecem o ir e vir entre o dizer e o fazer, são atravessadas por outras diversas linhas as quais podem se enredar e desenredar.
Já as linhas de subjetivação nascem de uma crise do pensamento, ou seja, quando cremos estarmos seguros, somos lançados ao desconhecidos. Essa dimensão de si próprio não é determinada, acabada, é um constante vir