O que é um clássico? - T. S. Eliot
No seu texto “O que é um clássico?” T. S. Eliot tenta definir as caraterísticas que fazem de uma obra literária um clássico. Na sua exposição conserva sempre presente a memória de Virgílio, o poeta da Grécia Antiga. Começa por dizer que não há nenhum poeta com maior variedade de discurso que Virgílio. Esta variedade é justificada por T. S. Eliot pelo facto de que a sua obra não se restringe apenas à literatura, ela pode dizer respeito a qualquer área da vida. Da mesma forma, não é necessário ser perito em literatura para se entender Virgílio, qual quer um o pode apreciar conforme a sua experiência de vida.
É evidente que T.S. Eliot tem o poeta em grande consideração, já que considera que todas as características de um clássico estão presentes na sua obra, não sendo, por isso, possível falar-se de um clássico sem se falar de Virgílio. No entanto, o autor deixa claro que, mesmo assim, não considera Virgílio o maior poeta de todos os tempos nem pensa se será possível dizer-se isso de quem quer que seja.
É também posta a questão dos diferentes significados que podem ser atribuídos à palavra “clássico”, conforme os diferentes contextos em que esta é apresentada. Por exemplo, no texto, é feita a distinção entre um clássico universal e um clássico apenas relacionado com a literatura da sua língua e com a perspetiva de vida de um período em particular. Podemos também falar de “clássico” para nos referirmos a um autor de destaque, mas não é este o significado que T.S. Eliot procura.
Apesar de não haver um período completamente clássico em literaturas de vários países, elas podem, ainda assim, ser as mais ricas nesse sentido, como é o exemplo da literatura inglesa. As qualidades clássicas encontram-se, assim, na literatura inglesa, espalhadas por vários autores de vários períodos.
A primeira caraterística de um clássico enumerada no texto é a maturidade. O autor dá o exemplo de Shakespeare: na sua obra literária