o que é realidade
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: A POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA CIDADE DE TRAIPU E A PERSPECTIVA COM A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
A Transposição da Água do rio São Francisco é discutida e debatida há mais de um século e, ainda gerando bastante polêmica. No ano de 1847, o engenheiro cearense Marcos de Macedo apresentava ao Imperador Pedro II o plano de transposição para resolver os problemas gerados pela seca do nordeste e nada se fez. A partir de 1889, já no período republicano, o Projeto de Transposição seria relembrado por diversas vezes. Em 1909, técnicos da Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS) elaboraram um esquema do canal que interligaria os rios São Francisco e Jaguaribe.
Em 1919, esse projeto seria reconsiderado pela Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS). Em ambos os casos, o projeto foi logo arquivado. Já em 1983 o então ministro Mário Andreazza ressuscita o assunto, mas nada de prático foi feito.
No governo Getúlio Vargas, com a criação do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), a transposição voltaria a ser estudada. O projeto reapareceria em 1981, quando técnicos do próprio DNOCS elaboraram um novo plano, cujo destino foi o mesmo dos anteriores: arquivado. No governo de Itamar Franco no ano de 1993, tal assunto foi ressurgido mais arquivado, foi então no primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2006, a ideia da transposição ressurgiu quando o presidente Lula incumbiu o então ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, de executar a obra.
Com isso o Projeto de Transposição prevê a construção de dois canais: o Eixo Norte que levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, e o Eixo Leste, que beneficiará parte do Sertão e a região Agreste de Pernambuco e da Paraíba.
O São Francisco é um típico rio de planalto, com várias quedas d’água ao longo de seu curso, dentre as quais a Cachoeira de Paulo Afonso, a mais