O que é música
O autor de maneira bastante ampla abrange os longínquos horizontes que a definição de música pode nos dar. Dentre elas a música como movimento, consciência de espaço-tempo, estruturas, liberdade de abolir uma ordem, intensidades, expectativa, timbres, durações. Exemplificando seu próprio interesse na música que propõe uma nova maneira de sentir e pensar, indo fundo na percepção dos sentidos como forma de apreciar melhor o entendimento subjetivo e suas linguagens autônomas que dialogam entre si, criando um universo musical numa nova dimensão interpretativa sobre as variadas manifestações musicais.
Também chama a atenção, a marcante diferenciação entre “fenômeno universal” e “linguagem universal.” A música pode sim ser considerada um fenômeno comum a todos, porque abrange estas evidências, já na concepção de linguagem, cada lugar tem sua particularidade e diferenciação de significados, devido a diversidade cultural não podemos afirmar esta universalização. Segundo o autor a incompreensão dada pela distância cultural acaba ofuscando a importância de outra proposta musical. Ele ainda cita um esquema de etapas dividido por épocas, além de uma série de conceitos e parâmetros musicais.
Abordando a viagem da literatura poética na tentativa de equivaler ao instante do fenômeno musical. Descreve inúmeros poemas e traduções de nomes como: Baudelaire, Verlaine e Rilke que propõe uma maneira de ser do poema, como um quase objeto musical. Exprimindo a sua materialidade e o imaginário ligado indissolúvel ao tecido textual, o mesmo acontece com a música. Ela traduz à sua maneira e através de meios próprios. Havendo sempre uma lacuna subjetiva a ser completada pelo ouvinte.
A música é vista da sua materialidade por ser considerada uma linguagem sem referente. Incidindo dela mesma a própria maneira de ser, como um sistema autônomo segundo o autor. Há uma tentativa de resgate dos aspectos do sentir e do pensar