EDUCACÂO? EDUCAÇÕES :APRENDER COM O ÌNDIO Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela:para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre as mais importantes estão escritas nessa carta dos índios. Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escola não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante. Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram.A educação é, como outras,uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam entre tantas outras invenções de sua cultura ,em sua sociedade. Mais ainda, a educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialistas que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, com saber, com idéia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizador de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como as armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos. A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali , sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e de outros: “(...) e deles faremos homens”.Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que