O que é diferença
Muitas vezes, ouvimos as pessoas utilizarem o termo Diferença como se ela fosse apenas respeito pelas opiniões contrárias ou pelas ideias contraditórias. O argumento que corrobora esse tipo de afirmação é o que devemos ter “respeito pelas diferenças” ou de que devemos aceitar os “diferentes”, dar voz aos “excluídos”, dialogar “democraticamente”.
Diferença é um modo de pensar, ou seja, é um exercício do pensamento que possui determinadas premissas ou um determinado modo de se entender o homem, a natureza, as coisas do mundo, as relações, a sociedade, a linguagem, os valores, a vida, enfim.
Dessa forma, a filosofia da Diferença enquadra-se no pensamento complexo. A teoria do pensamento complexo entende que pensamento (ou consciência), linguagem, verdade, razão, sujeito, objeto são inseparáveis, e não partes separadas que possuem uma existência em si. Elas são partes que se inter-relacionam e se confrontam, para poder existir. Dessa forma, a linguagem mistura-se com o pensamento e com o conceito de sujeito, e passa a ser encarada como uma rede de significações e atribuições, e não apenas uma representação do real. Ou seja: não existe mundo, ou seres, fora da linguagem.
Os filósofos da Diferença vão contra qualquer ideia de que precisamos viver em igualdade ou em “comunidade”, pois acreditam que o que caracteriza a vida é a multiplicidade, o grande coletivo e singularidades que se descobre quando desconstruímos o senso comum. Ou seja, o principal objetivo do exercício do pensamento da Diferença é compreender os mundos possíveis e toda a multiplicidade de caminhos e construções que estão por vir a partir do eterno retorno do pensamento sem imagem.
Por isso, podemos afirmar que a filosofia da Diferença entende que não existem princípios absolutos e objetivos, mas sim, opiniões, pontos de vistas, forças intensas ou menos intensas. Entretanto, o fato de aceitar que existem formas singulares de ser e de pensar não quer dizer aceitar que existem