o que e mito everardo rocha
O mito é uma fala.
Não uma fala qualquer, são necessárias condições especiais para que a linguagem se transforme em mito. O mito é um sistema de comunicação, uma mensagem. Não sendo objeto, conceito ou idéia.
O mito é um modo de significação, uma forma. Ele não se define pelo objeto de sua mensagem, mas pela maneira como o profere: o mito tem limites, formas, contudo, não substanciais.
Pode-se conceber que haja mitos antiguíssimos, mas não eternos, pois é a história que transforma o real em discurso, é ela e só ela que comanda a vida e a morte da linguagem mítica. O mito é uma fala escolhida pela história. Essa fala é uma mensagem que pode ser oral, escrita ou representações.
Todas as matérias-primas do mito pressupõe uma consciência significante. A linguagem, o discurso, a fala, são toda a unidade, ou toda síntese significativa, quer seja verbal, quer seja visual.
O mito como sistema semiológico
A semiologia é uma ciência das formas, visto que estuda as significações, independentemente de seu conteúdo. A mitologia faz parte simultaneamente da semiologia, como ciência formal, e da ideologia, como ciência histórica: ela estuda ideias-em-forma.
Na semiologia temos o significante, o significado e o signo. Este é o total associativo dos dois primeiros termos. O significante é vazio, e o signo é pleno, é um sentido. Para Saussure, o significado é o conceito, o significante é a imagem acústica, e a relação entre o conceito e a imagem é o signo, entidade concreta.
O sonho, para Freud, não é o seu conteúdo manifesto, nem o seu conteúdo latente, mas sim a ligação funcional de ambos os termos. Na crítica Sartriana finalmente, o significado é constituído pela crise original do sujeito, a literatura como discurso e a relação da crise com o discurso, define a obra, que é uma significação.
A semiologia só pode comportar uma unidade no nível das formas, e não dos conteúdos, o seu campo é limitado, tem por objeto apenas a linguagem e só