o que e leitura Maria Helena
Autora do livro “O que é leitura”, Maria Helena Martins defende que a idéia de leitura não deveria ser restrita às letras, mas sim a todas as nossas interpretações do que acontece ao nosso redor, pois estas condições exteriores ou objetivas influem diretamente nas nossas condições interiores ou subjetivas e esta segunda condição é a que define a forma que interpretaremos tanto o mundo quanto os textos escritos. A relação leitura - letras é predominante devido à mistificação da pessoa letrada e da informação escrita. Esta mistificação resulta em convenções, como o nível de leitura considerado correto e o objeto de leitura. Estas convenções afastam os iletrados da leitura e da cultura e impedem o educando de desenvolver sua própria técnica de aprendizagem e leitura. Uma sugestão para a quebra deste paradigma é a mescla das definições de leitura sob a perspectiva behaviorista – skinneriana com a perspectiva cognitiva – sociológica, já que não é possível compreender sem codificar e reciprocamente. Definida desta forma amplia-se as formas de leitura e permite ao educando criar a forma de aprendizagem mais apropriada. Um dos níveis de leituras que utilizamos para entender o mundo é o sensorial. O tato, a visão, o olfato fornecem a resposta mais imediata às exigências e ofertas do mundo, provocando prazer ou rejeição. O nível emocional é o que menos admitimos e de onde advém nossa empatia com o texto. O negamos pois a racionalização é a considerada correta pelos letrados ou intelectuais e as emoções são consideradas evasão, um meio de fuga dos questionamentos. A leitura racional, considerada correta pelos intelectuais, dá significação e permite o questionamento das informações que nos são fornecidas. O questionamento e a discussão permitem uma ampliação os conhecimentos. Mesmo que a interação entre as leituras racional, emocional e sensorial seja espontânea, o leitor lê com o conceito de existir somente o certo e o errado e