O que um psicopata do cotidiano
Este não é uma categoria médica classificada pela Organização Mundial da Saúde ou no manual da Associação Psiquiátrica Americana que é a DSM-5, e sim um termo que eu resgato do psiquiatra alemão Kurt Schneider, que escreveu sobre psicopatias na década de 40. Os psicopatas do cotidiano são pessoas com transtorno da personalidade, que é um jeito de ser inflexível, rígido, que envolve sentimentos ou sensações, pensamentos ou comportamentos repetitivos que acarretam disfunção em alguma área da vida. São pessoas que têm uma forma de ser (em geral desde o fim da adolescência) muito peculiar e disfuncional desde sempre. Não é como uma doença mental como psicose, esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão, em que a pessoa tem os sintomas, trata, medica e fica em estado de normalidade. No caso do transtorno de personalidade a pessoa não se dá conta que tem um problema e causa um profundo mal estar e sofrimento em torno de si, também sem se dar conta.
Quais são os tipos de transtorno de personalidade?
Hoje a DSM-5 divide em grupos A, B e C. O grupo A, com vulnerabilidade à psicose, reúne os esquizotípicos, esquizoides e paranoides, pessoas que têm o comportamento mais ligado ao isolamento, à excentricidade, um pensamento meio mágico e com tendências irreais. O grupo B, o grupo da moda, com tendência à perversão, é o dos antissociais, borderlines, narcisistas e histriônicos. Os antissociais têm prazer com a transgressão, usam da mentira e da manipulação, não têm sentimento de culpa, não se preocupam minimamente com o outro e são muito irresponsáveis; os borderlines, que têm traços marcantes de impulsividade e instabilidade emocional — não toleram a mínima frustração; os narcisistas, que têm traços de arrogância e grandiosidade, privilegiam relações utilitárias, com pessoas que possam levá-los ao topo e buscam ser admirados o tempo todo; e os histriônicos, extremamente sedutores, sempre em busca de atenção, precisam ser os protagonistas