O que são os eus dramáticos de fernando pessoa?
Vitor Henriques
Bacharel em História (UFRJ) e
Mestre em Teoria Literária pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura (UFRJ)
dialeticamente@yahoo.com.br
RESUMO
Fernando Pessoa trabalha em laboratório ao lidar com suas emoções. Elas, na concepção do e no fazer poético, não são espontâneas nem puras, passam, sim, por um processo de análise e decomposição. É através de uma experimentação racional que as emoções podem e devem ser abstraídas e não diretamente extravasadas na poesia; o grande poeta ou gênio na arte, segundo Pessoa, é aquele que mais imagina uma emoção do que propriamente a sente. Com essa noção de invenção do sentir, em detrimento da poesia como um espelhamento sentimental, Pessoa defende a impessoalidade como critério de universalidade ao artista e à obra. O anti-subjetivismo não só baliza a concepção do poeta para o que é a genialidade na arte, como também será a noção-chave para entender seu próprio percurso poético, observado em seus eus dramáticos.
Palavras-chave: Fernando Pessoa – despersonalização - dramatização.
ABSTRACT
Fernando Pessoa works in laboratory when dealing with its emotions. They, in the conception of and poetical making, are not spontaneous, nor pure, pass, yes, for a process of analysis and decomposition. It is through a rational experimentation that emotions can and must be abstracted and not directly overflow in the poetry; the great poet or genius in the art, according to Pessoa, is that one that more imagines an emotion of that properly it feels it. With this notion of invention of feeling, in detriment of the poetry as a sentimental mirroring, Pessoa defends the impersonality as criterion of universality to the artist and the workmanship. The anti-subjectivism not only marks out with buoys the conception of the poet for what it is the genius in the art, as also will be the notion-key to understand its proper passage poetical,