O Que Sociologia
No primeiro capítulo de O que é Sociologia, Carlos Benedito Martins demonstra de forma sintética o surgimento da sociologia como uma “manifestação do pensamento moderno”, voltada para compreensão do mundo social, a partir da confluência de circunstâncias diversas – como as históricas e intelectuais – e do esforço de diversos pensadores – filósofos e cientistas.
É a partir do final do século XXVIII, na esteira das “transformações econômicas, sociais e políticas” – especialmente das revoluções industrial e francesa – que as bases da sociologia começam a fundar-se. A revolução industrial alterou as formas de produção, proporcionou o acumulo do capital e estabeleceu novas relações de trabalho. Quanto mais esse quadro se firmava, maiores eram as mudanças na sociedade de então.
Dentre essas mudanças, merece maior destaque o “aparecimento do proletariado” e o seu “papel histórico” na nova conformação social promovida pelo capital. Diante das profundas distorções entre os donos dos meios de produção e a classe operária, esta começou a organizar-se a fim de criticar aquela, “inclinando-se para o socialismo como alternativa de mudança.” (p. 14).
Esses acontecimentos são importantes porque passam a produzir fenômenos que antes eram desconhecidos, e era preciso compreendê-los a partir de então. A sociologia, enquanto uma resposta para essas novas questões que se colocavam surge de algumas dessas transformações, como “a situação da classe trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica, etc.” (p. 16).
As modificações no pensamento contribuíram igualmente para o estabelecimento da nova disciplina. O racionalismo substituiu progressivamente a visão sobrenatural para explicar as coisas, ao passo que a observação e a experiência permitiam acumular dados e relacionar os fatos.
Nesse sentido também trabalharam diversos pensadores