O que restará do cristianismo ?
O que restará do Cristianismo?
Por
Janoí Joaquim Mamedes
Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da
Matéria filosofia da Religião, ministrada pelo professor, doutor
Ricardo Quadros Gouvêa, do programa de mestrado em
Ciências da Religião.
SÃO PAULO
2012
O QUE RESTARÁ DO CRISTIANISMO?
VATTIMO, Gianni – Depois da Cristandade
São Paulo, editora Record.
Diante das crises da Igreja Católica e das consequências da famosa afirmação de Nietzsche sobre a morte de Deus, Gianni Vattimo questiona o destino da cristandade na pós-modernidade. O livro mostra como fé religiosa só pode ter sentido marcada pela incerteza de opinião. “O anúncio de Nietzsche segundo o qual Deus morreu, não é tanto ou principalmente uma afirmação de ateísmo, como se ele estivesse dizendo: Deus não existe”, argumenta o autor. Para Vattimo uma tese do gênero, a não existência de Deus, não poderia ter sido professada por Nietzsche, pois ao contrário, a pretensa verdade absoluta que esta encerraria ainda valeria para ele como um princípio metafísico, como uma estrutura verdadeira do real que teria a mesma função do Deus da metafísica tradicional. O mundo efetivamente pluralista em que vivemos não mais se deixa interpretar por um pensamento que deseja unificá-lo a qualquer custo, em nome de uma verdade definitiva, pois este, entre outras coisas, esbarraria nos ideais democráticos. “Minha intenção é, acima de tudo, mostrar como o pluralismo pós-moderno permite reencontrar a fé cristã. Se Deus morreu, ou seja, se a filosofia tomou consciência de não poder postular, com absoluta certeza, um fundamento definitivo, então também não existe mais a ‘necessidade’ de um ateísmo filosófico. Somente uma filosofia ‘absoluta’ pode se sentir autorizada a negar a experiência religiosa”. Sendo assim, a morte de Deus abriu caminho para uma vitalidade renovada da religião; o efeito filosófico da morte de Deus foi ter criado um