O que representa a certificação para uma empresa agropecuária e quais são seus benefícios?
Luís Fernando Guedes Pinto A produção de commodities agrícolas é freqüentemente relacionada à degradação dos recursos naturais e desrespeito aos direitos humanos. Por outro lado, há iniciativas de produção agrícola com alto desempenho sócio ambiental, em que os recursos naturais são conservados, e até recuperados, e as questões trabalhistas e sociais são consideradas. Com isso, contribui-se para uma melhoria da qualidade de vida de trabalhadores e comunidades associadas, sendo necessário haver mecanismos que estimulem a produção responsável e, entre estes, destacaremos a certificação socioambiental. A certificação é um instrumento que garante determinadas características de produtos ou processos produtivos. Logo, pode ser compreendida como uma mera ferramenta de mercado. Porém, acreditamos que ela possa contribuir para as mudanças socioambientais, transformando-se também num mecanismo de governança. Nesse caso, consumidores optam por produtos oriundos de processos comprometidos com o desenvolvimento sustentável, influenciando sua forma de produção. Além dos consumidores no ato da compra, a sociedade civil pode passar a ter maneiras de influenciar e monitorar processos produtivos e empreendimentos que interferem na sua qualidade de vida. Para conciliar o mercado e a governança, um sistema de certificação deve ter algumas características: • Caráter voluntário; • Independência; • Transparência; • Normas compatíveis com a ciência e tecnologia; • Processos de melhoria contínua; • Rastreabilidade. Benefícios econômicos para estimular o engajamento de empreendimentos certificados e compensar os investimentos para a conquista e manutenção da certificação. Os benefícios ocorrem pela manutenção ou abertura de mercados, sobre-preço, créditos diferenciados, remuneração por serviços ambientais, políticas publicas especiais, ou simplesmente pela