O que Marx, na ideologia alemã quis dizer quando faz alusão ao artigo de Bruno Bauer
►Para Gramsci, o Estado constitui-se na superestrutura. E a superestrutura é divida, dialeticamente, em duas esferas: a sociedade civil e a sociedade política. Segundo Semeraro (2001:74), são “distintas e relativamente autônomas, mas inseparáveis na prática”.
►A sociedade civil é o lugar dos aparelhos privados de hegemonia - “conjuntos de organismo chamados comumente de privados” (Gramsci, 1995:10-11) – E é na sociedade civil que os intelectuais tecem e organizam a hegemonia, portanto, articulam o consenso, por meio dos aparelhos privados e “voluntários” (as escolas, os partidos, a mídia, as empresas, as igrejas, etc..) que se caracteriza pela elaboração e a difusão das ideologias e dos valores simbólicos que visam a direção (SEMERARO, 2001, p: 74).
►Já a sociedade política “compreende instituições públicas, como o governo, a burocracia, as forças armadas, o sistema judiciário”, (Idem), entre outros, essa esfera da superestrutura tem o aparato de coerção estatal que assegura ‘legalmente’ a disciplina dos grupos que não ‘consentem’ para toda a sociedade, na previsão dos momentos de crise no comando e na direção, nos quais fracassa o consenso espontâneo (GRAMSCI, 1995, p.11).
►Desse modo, a sociedade civil e a sociedade política são esferas constitutivas da concepção teórica ampliada de Estado. Essas duas esferas estabelecem a relação entre a economia e a política, porque, segundo Coutinho não há hegemonia, ou direção política e ideológica, sem o conjunto das organizações materiais que compõem a sociedade civil enquanto esfera do ser social (COUTINHO, 1989, p. 78).
►A sociedade civil, com o conjunto das organizações privadas, visa a direção, e a sociedade política, com o aparato jurídico-coercitivo, é destinada à dominação. Portanto, dirigir (consenso) e dominar (coerção) são elementos constitutivos do conceito ampliado de Estado, que se configuram em uma unidade dialética. Essa formulação teórica foi