O que faz o brasil, Brasil?
A questão de identidade
Torna-se mais fácil compreender “o que faz do brasil, Brasil” quando analisamos todos os pontos que julgamos nos caracterizar enquanto brasileiros. O Brasil, com B maiúsculo, é muito mais complexo e vai além da mera definição de um povo ou de um conjunto de valores.
Pertencer a este país, com B maiúsculo, segundo Roberto Augusto Damatta, significa fazer parte de uma nação singular, cujo os eventos são unicamente seus, movidos pela cultura, parte de uma memória e consciência com a qual estabelecemos uma ligação única e insubstituível. Defini-lo enquanto país não se trata de julgá-lo por seus eventos nobres ou manifestações, mas sim em examinar os aspectos que o caracteriza como Brasil.
Mais do que a típica economia, escândalos na política e a língua oficial dobrando a língua, está na comida que comemos, nas roupas que vestimos e nos hábitos mais singelos. O Brasil, que está em toda parte, não se restringe a visão exclusivamente oficial e bem comportada dos manuais de história, que são vendidos nas livrarias ou debatidos por professores em sala de aula. O Brasil, hoje, é um país que deve ser lido por inteiro em letra maiúscula.
É o pais que se senta à mesa e pede arroz com feijão no almoço, o país da mulher volumosa, da religião que não precisa de definição, de irmãos adotados a partir dos laços de amizade, da malandragem e do carnaval, onde podemos vadiar sem sermos criminosos em uma festa que tem hora para começar e terminar. O Brasil não se limita pela sua posição geográfica, mas sim por todos esses aspectos exclusivos de tal modo que onde existe um brasileiro, existe com ele um Brasil inteiro.
Deste Brasil que de algum modo se recusa a viver de forma totalmente planificada e hegemonicamente padronizada pelo dinheiro das contas bancárias ou planos quinquenais dos mistérios encantados pelos vários tecnocratas e ideólogos que aí estão à espera de um chamado. BRASIL com maiúsculas, que sabe tão